Reconstituição artística mostra Homo floresiensis após ter abatido um animal
Parece que a convivência entre hobbits e seres humanos só aconteceu mesmo nas páginas do clássico "O Senhor dos Anéis". Novas escavações na caverna da Indonésia onde vivia o Homo floresiensis(humano primitivo que media apenas 1 m e foi apelidado de "hobbit) sugerem que ele se extinguiu há uns 50 mil anos - provavelmente antes de o homem moderno aportar por lá.
Com base nos dados iniciais obtidos no abrigo rochoso de Liang Bua, que fica na ilha de Flores, os pesquisadores haviam proposto que a espécie de "hobbits" teria sobrevivido até 12 mil anos atrás. Nessa época, os seres humanos anatomicamente modernos, ou Homo sapiens, já tinham invadido praticamente todas as regiões do planeta e estavam inclusive começando a dominar a agricultura. Seria bastante provável, portanto, que as duas espécies tivessem entrado em contato, e até que a chegada de invasores humanos pudesse ter sido a causa do sumiço do diminuto H. floresiensis.
Peter Brown
Crânio de humano moderno (direita) e do Homo floresiensis, hominídeo anão que viveu na Indonésia
Desde a publicação dos resultados originais sobre o hobbit indonésio (feita em 2004), no entanto, arqueólogos e antropólogos voltaram à caverna de Liang Bua diversas vezes e puderam examinar com mais cuidado a estratigrafia do local, ou seja, como as camadas de sedimentos e rocha se acumularam ao longo dos milênios por ali.
É o que descreve a equipe liderada pelo indonésio Thomas Sutikna, da Universidade de Wollongong, na Austrália, na última edição da revista científica "Nature". Eles verificaram que boa parte da caverna estava recoberta por uma espécie de pedestal de sedimentos, que inclui pedaços de estalagmites, fragmentos vulcânicos - e também ossos do H. floresiensis, de um parente anão dos atuais elefantes chamado stegodon e ferramentas de pedra que parecem ter sido produzidas pelos "hobbits".
A questão é que uma das beiradas desse pedestal parece ter sido quebrada pela erosão (provavelmente durante inundações) e depois recoberta com sedimentos bem mais recentes. Ao datar essa cobertura secundária, que estava por cima de alguns dos ossos e artefatos dos H. floresiensis, a equipe teria concluído -erradamente- que a extinção da criatura foi muito recente.
Ao usar uma série de métodos para datar fósseis e artefatos distantes dessa beirada, obtidos em sedimentos não perturbados, Sutikna e seus colegas chegaram à estimativa mais antiga para o fim da presença da criatura na ilha.
O trabalho recém-publicado, porém, provavelmente está longe de ser a última controvérsia em torno do misterioso hominídeo nanico. A principal hipótese para explicar seu tamanho é a do nanismo de ilhas, segundo a qual o isolamento em Flores levou a seleção natural a favorecer indivíduos menores, que consumiam menos recursos -é o que também teria acontecido com o "elefantinho" stegodon.
O cérebro do hobbit era do tamanho do de um chimpanzé moderno, o que sugeriria que seus ancestrais eram hominídeos relativamente primitivos, talvez próximos dos australopitecos. Mas ainda há uma minoria de pesquisadores que atribuem as características dele a algum tipo de problema de saúde, como a microcefalia.
Marcos Pontes foi o primeiro brasileiro a ir para o espaço
Dez anos após entrar para a história a bordo da Soyuz TMA-8 e se tornar o primeiro astronauta brasileiro a vencer a atmosfera terrestre rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), o coronel da reserva Marcos Pontes se sente dividido entre as melhores lembranças da experiência e as decepções com o programa espacial brasileiro. "Estamos muito aquém do que era o mínimo esperado para um país da categoria e intenções de desenvolvimento que é o Brasil", afirma o paulista de Bauru que passou 10 dias no espaço em entrevista ao Portal EBC.
Formado em engenharia aeronáutica e com experiência como piloto de testes da FAB (Força Aérea Brasileira), Marcos Pontes ingressou em 1998 na Nasa, a agência espacial norte-americana. Mas o governo brasileiro da época não arcou com os compromissos firmados e a parceria foi encerrada.
Além de realizar a manutenção na ISS, Pontes foi responsável à época por aplicar projetos comerciais, científicos e experimentos educacionais. No dia 8 de abril de 2006, o astronauta brasileiro voltou ao planeta Terra dentro da cápsula de reentrada da Soyuz TMA-7, um dos momentos mais críticos de toda a viagem espacial.
Depois de 10 anos da chegada do Brasil ao espaço, Marcos Pontes relembra dos "demônios do negativismo" e conta os efeitos do espaço que ainda percebe em seu corpo: sangramento dos ouvidos, alergias e alterações de peso. Confira abaixo a entrevista do astronauta brasileiro.
Em 1997, o Brasil havia feito um acordo com o Programa da Estação Espacial Internacional (ISS) por meio da Nasa e deveria produzir seis partes da estação e fornecer um astronauta para a equipe de manutenção e operação da estação.
Marcos Pontes, militar da Força Aérea Brasileira (FAB), participou de concurso público específico e foi selecionado. Nesse momento, viu-se obrigado a largar sua carreira militar já que o programa não permitia qualquer tipo de envolvimento militar ou bélico.
Em seu site, Marcos Pontes descreve o exato momento que precisou optar pelo caminho civil: "aquilo me deu um frio na barriga, era como abandonar um porto seguro, pois minha carreira militar estava indo muito bem, e embarcar em um projeto que eu não tinha certeza que iria ter sucesso. Havia muitas variáveis a serem definidas ainda."
Decidido, foi para a Johnson Space Center, em Houston (Texas), para participar de um curso de dois anos para obter o "brevê de astronauta". Achando que iria viajar em 2001, o astronauta relata diferentes problemas políticos que fizeram com que o país não cumprisse o acordo com a Nasa.
Posteriormente, a Agência Espacial Brasileira (AEB) fez um acordo com a Rússia, também parceira majoritários da ISS, para que ele fosse escalado para o voo em 2006.
"De repente, de acordo com a AEB, eu teria apenas 5 meses (o tempo normal para treinar um cosmonauta é de 2 anos) para aprender tudo sobre os sistemas russos para incluí-los nas minhas tarefas técnicas a bordo e, de quebra, aprender a língua russa, em paralelo, nos primeiros três meses em Star City, Moscou, no Centro de Treinamento de Cosmonautas, para onde eu estava sendo transferido."
Entre suas missões no espaço, Marcos Pontes levou ao espaço quatro pesquisas tecnológicas com finalidade comercial, quatro pesquisas científicas e dois experimentos educacionais.
O fato de realizar experimentos com alunos do ensino fundamental virou alvo de crítica da imprensa brasileira, ao que rebateu veemente Pontes:
"No Brasil, a imprensa e alguns "cientistas" - as aspas são para ressaltar o meu espanto com a falta de visão científica e estratégica desses críticos - se limitaram apenas a criticar o custo da missão e citar, muitas vezes de forma irônica, os experimentos das crianças de São José dos Campos."
A pesquisa com os estudantes envolvia a germinação de sementes de feijão e a cromotografia da clorofila (medição da graduação da clorofila). As demais pesquisas envolveram testes sobre os efeitos da microgravidade na cinética das enzimas, danos e reparos do DNA na microgravidade, evaporadores capilares, minitubos de calor e nuvens de interação protérica,
A sua ida ao espaço é resultado de uma longa trajetória dentro da Força Aérea Brasileira. Já tentaram desacreditá-lo do sonho de se tornar astronauta? Se sim, o que fez o senhor continuar?
Pontes: Certamente. Foram muitos anos de trabalho, estudo e muita persistência para vencer os "demônios do negativismo" dentro da própria mente e a sua torcida externa. O que me fez e me faz continuar é perceber que a satisfação de vencer esses demônios é muito maior que o medo de enfrentá-los.
A partir dos resultados de pesquisas e dos próprios relatos dos próprios astronautas, a ida do ser humano ao espaço gera uma série de efeitos indesejáveis ao corpo, a maioria deles determinada pela falta de gravidade e da maior radiação sobre o corpo dos astronautas, já que não há atmosfera para agir como "filtro solar".
Recentemente, o norte-americano Scott Kelly retornou de uma missão de um ano a bordo da ISS, o maior período em que um astronauta ficou exposto aos efeitos da microgravidade. Scott chegou a "esticar" cinco centímetros de tamanho por causa da falta de pressão em sua coluna vertebral.
A viagem de Marcos Pontes foi bem menor. Ele ficou dois dias a bordo da Soyuz e oito dias dentro da ISS. Mesmo exposto por menos tempo, teve que enfrentar muitos dos efeitos indesejados ao corpo por causa da falta de gravidade e contatos com a radiação.
A osteoporose, perda de células ósseas, é um dos efeitos mapeados. Já a fraqueza muscular é consequência da atrofia dos músculos que são menos usados em ambiente com microgravidade. No espaço, a desorientação espacial é acompanhada de dores na cabeça, coriza, alteração na pressão intraocular e desidratação.
Mas o que chama a atenção do público é o envelhecimento precoce devido a maior radiação sobre as células, deteriorando-as e dificultando sua recomposição.
"O envelhecimento precoce é um dos efeitos na saúde. Durante o tempo no espaço não tive grandes problemas. O real problema é depois do voo: alterações no sistema hormonal, radiação, envelhecimento, perda de densidade óssea, alterações no sistema imunológico."
Há alguma sequela que o senhor sentiu ou sente desde a sua volta à Terra?
Pontes: Isso se traduz em alguns inconvenientes como sangramento dos ouvidos, alergias, alterações de peso, além de ter acompanhamento médico constante para manter a boa saúde.
Depois de cumprir sua missão no espaço, Marcos Pontes, o cosmonauta Valery Tokarev e o turista espacial norte-americano Gregory Olsen precisaram se preparar para um dos momentos mais tensos da viagem, a volta.
O procedimento de volta do espaço ocorreu com a espaçonave Soyuz TMA-7 se desacoplando da Estação Espacial Internacional.
A aeronave é dividida em três partes. Uma dessas partes é uma cápsula contendo os três tripulantes, que queima ao reentrar na atmosfera. Contudo, ela é feita de material que resiste até 2500 graus. Mas não é só o calor que incomodou Marcos Pontes e seu colegas. A carga de pressão na cápsula chega a ser 11 vezes maior do que o próprio peso na Terra. Ou seja, eles foram pressionados contra os assentos.
No roteiro da reentrada, paraquedas se abrem para diminuir a velocidade. Por fim, foguetes de pouso são acionados levantando a poeira do deserto do Cazaquistão. Mesmo assim, a cápsula atinge o chão a 50 km/h.
A sua volta dentro da Soyuz TMA-8 apresenta-se como um dos momentos marcantes da sua volta. Qual é a sensação de estar dentro da cápsula "furando" a atmosfera do Planeta?
Pontes: A reentrada é o momento mais crítico do voo, sem qualquer dúvida. A sensação é de impotência, ja que não há praticamente nada que possamos fazer para resolver um eventual problema estrutural.
No futuro breve, conseguiremos algum tipo de mecanismo de propulsão como aparecem nos filmes como Star Wars e outros?
Pontes: No futuro breve, teremos novos sistemas de propulsão, mas chegar à sofisticação do Star Treck ou Star Wars ainda vai demorar um tanto.
O Programa Espacial Brasileiro é coordenado pela AEB. Mesmo tendo uma base de lançamento localizada em local propício (perto da linha do Equador), o Brasil precisou fechar uma parceria com a China para lançar satélites sino-brasileiros em território oriental.
O programa é alvo de críticas e necessita de recursos significativos para o projeto. Para o astronauta Marcos Pontes, há muito o que ser feito para recolocar o Brasil rumo à conquista do espaço.
O senhor tem acompanhado o Programa Espacial Brasileiro? Como o senhor o avalia?
Pontes: Sim. Estamos muito aquém do que era o mínimo esperado para um país da categoria e intenções de desenvolvimento que é o Brasil.
Para que o Programa possa engrenar, o que precisa ser feito daqui em diante?
No curto prazo, grande mudança estrutural do programa, incluindo gestão; parceria racional com países líderes do mercado internacional e Intercâmbio de pesquisadores.
No médio prazo, inclusão de diretoria de formação e educação; melhoria grande da divulgação do programa (Publico e autoridades); criação de cursos de formação técnica e otimização de portfólio de projetos.
No longo prazo, a mudança das leis de participação de setor privado em universidades públicas e centros de pesquisa; mudança de leis de licitação de produtos de alta tecnologia; reposição de Recursos Humanos do programa; otimização e ampliação das instalações técnicas; criação de laboratórios compartilhados com universidades e empresas; Centro de Lançamento de Alcântara via parceria comercial internacional.
Em maio de 2006, Marcos Pontes foi transferido para a reserva militar por motivos de regulamento e por ser mais útil ao campo civil, conforme explica em sua biografia. Contudo, o astronauta reclama que parte da imprensa brasileira disse que ele teria se aposentando logo depois da missão para ganhar dinheiro com palestras.
"A repercussão negativa das calúnias foi tão grande que até hoje existem alguns idiotas que acreditam e repetem essa bobagem! Do meu ponto de vista, a repercussão daquelas calúnias teve lados bons e ruins."
Sem apoio dos órgãos públicos, Pontes afirma que contou mais com o auxílio do setor privado e de órgãos internacionais. Em 2010, criou a Fundação Astronauta Marcos Pontes para focar na promoção do setor espacial, da educação, ciência, tecnologia e sustentabilidade.
O astronauta criou uma agência de turismo espacial e tem o executivo paulista Bernardo Hartogs, de 53 anos, como cliente. Ele será o primeiro turista espacial do Brasil a participar do projeto internacional Virgin Galatic. Contudo, Pontes não considera que um possível turista espacial possa ser chamado de segundo astronauta brasileiro.
"Para ser astronauta profissional, é necessário fazer o curso na NASA ou em Star City, com duração de dois anos e ser declarado pela NASA ou Roscosmos como astronauta ou cosmonauta profissional"
Sobre a formação desses novos profissionais, Pontes se mostra bastante preocupado:
O senhor tem trabalhado bastante com educação e sustentabilidade. Nesse sentido, como veem os jovens brasileiros em relação ao interesse pela astronomia?
Pontes: A astronomia é uma ótima ferramenta para atrair jovens para as carreiras de ciência e tecnologia, tão necessárias ao desenvolvimento do país. Uso isso e outras na minha fundação. Contudo, obviamente nosso alcance é pequeno perante as necessidades (números) do país.
Faltam profissionais mais dedicados nessa área?
Pontes: O que me deixa triste e preocupado é ver praticamente a ausente participação do governo em programas desse tipo (STEM - Science, Technology, Engineering and Math) para nossos jovens em grande escala.
Se compararmos com outros países como o próprio Estados Unidos, os brasileiros de hoje seriam menos adaptáveis a uma exploração do espaço ou de Marte?
Pontes: Não. Temos jovens brilhantes no Brasil. Espero poder ajudá-los a realizar essas missões.
A Estação Internacional Espacial possui os Estados Unidos e a Rússia, antigos inimigos de Guerra Fria, como parceiros majoritários. Montado por módulos desses e de outros países parceiros, a ISS não pode ter fins militares. Para Marcos Pontes, que treinou para viajar com os norte-americanos, e teve que se adaptar a uma viagem com os russos, o espaço se coloca como oportunidade para um novo arranjo político e social.
A ISS une duas grandes potências mundiais (EUA e Rússia) que vivem em grande tensão. Essa tensão é sentida também no espaço? Ou a política ganha novos sentidos no espaço?
Pontes: Uma das belezas do programa da ISS é poder mostrar na prática que é possível convivermos em paz, independentemente de partidos políticos, religião, raça etc. Todas essas divisões são criadas por pessoas ou organizações que, de uma forma ou de outra, lucram com os resultados ruins advindos (guerras, desentendimentos etc). O ser humano intrinsecamente foi criado para conviver bem socialmente. Coloque crianças de todos os países diferentes para brincar juntas e verás que, em poucos minutos, não há barreiras de cultura, língua etc. As tensões políticas são criadas sempre com o interesse de alguém. Se esses pessoas realmente dependessem (ou tivessem a noção que realmente dependem) da vida umas das outras, isso não seria assim.
Cerca de 80 milhões de quilômetros separam a órbita terrestre da marciana. Mesmo assim, a Europa e a América do Norte realizam uma nova corrida espacial de colonização do planeta vermelho. A ideia é levar uma tripulação de novos colonizadores com passagem somente de ida. O projeto audacioso ganhou impulso com a descoberta da existência de água líquida salgada e corrente em Marte.
Mas quando falamos em sustentabilidade, será que não era melhor se focar na Terra em vez de outros planetas? Sobre esses pontos, o primeiro astronauta brasileiro considera que os dois projetos estão interligados.
A ida a Marte é o projeto principal da Nasa no momento. O senhor acredita que é esse o foco correto? Ou deveríamos olhar mais para como garantir uma maior sobrevida da Terra no Universo?
Pontes: As duas coisas são diretamente interligadas. Quando desenvolvermos sistemas para chegar e sobreviver em Marte, também teremos desenvolvido soluções para problemas essenciais da Terra: alimentação, água, energia, saúde etc.
Em Marte, o senhor daria alguma dica de como as pessoas precisariam se relacionar politicamente para serem capazes de, literalmente, sobreviverem ao novo?
Pontes: Que o dinheiro seja proibido. Que o amor e a compaixão sejam os critérios. Que o conhecimento seja compartilhado com sabedoria. Que a igualdade seja parceira da meritocracia.
São Paulo – O Instituto de Pesquisa por Inteligência Extraterrestre (Seti, em inglês) em Mountain View, na Califórnia, revelou que a “megaestrutura alienígena”, encontrada em torno de uma estrela distante da Terra, não é fruto de tecnologia alienígena.
O sistema estrelar KIC 8462852 ficou conhecido no mês passado após Jason Wright, astrônomo da Universidade Penn State, sugerir que o padrão de luz da estrela evidenciava escurecimento incomum de 20%.
Para Wright, esse dado significava que uma estrutura com painéis solares foi construída em torno da estrela – e que foi arquitetada por alienígenas para captar energia do astro.
A fim de investigar esse comportamento pouco comum da KIC 8462852, o Instituto Seti utilizou o Telescópio Allen Array para examinar a estrela. O aparelho tem 42 antenas, cada uma com seis metros de altura.
Durante duas semanas, as antenas procuraram sinais com frequências entre um e dez GHz – que seria consistente com as emissões de alienígenas usufruindo a energia de uma estrela. Além disso, os cientistas enviaram “sinais de saudações”, de ordem de 1 Hz de largura, para a estrutura. O objetivo era fazer contato com os supostos ETs.
Porém, os pesquisadores não obtiveram sucesso. “A história da astronomia sempre nos mostra que, cada vez que pensávamos que tínhamos encontrado um fenômeno extraterrestre, estávamos errados”, observa Seth Shostak, astrônomo do Seti, em um comunicado.
Apesar de os resultados não revelarem a presença de alienígenas na estrela, o comunicado do instituto nota que há um sinal de significante baixa frequência apontado na direção da Terraque ainda não foi estudado.
No entanto, a falta de uma detecção na faixa de frequência de microondas sugere que o objeto é, provavelmente um evento natural e, não, artificial. Assim, a teoria que Tabetha Boyajian, astrônoma da Universidade de Yale (EUA), apresentou em setembro sobre a possibilidade de que a estrutura foi originada por uma chuva de cometas, parece ser a mais correta.
Com a missão Kepler da NASA ainda descobrindo maravilhas cósmicas ealguns projetos de caça a planetas em preparação, as chances de encontrarmos uma segunda Terra nunca foram tão grandes. Ainda assim, o tempo pode ser um obstáculo para nós quando falamos em encontrar planetas idênticos: de acordo com um novo estudo teórico, 92% dos planetas parecidos com a Terra ainda não nasceram.
Usando dados coletados pelo Telescópio Espacial Hubble e pela missão Kepler, uma equipe de astrônomos da NASA conseguiu, pela primeira vez, estimar a chance de mundos parecidos com a Terra aparecerem durante o tempo de vida do Universo. Isso significa planetas pequenos e rochosos na zona habitável não muito quente e nem muito fria da sua estrela. E, pelo jeito, queimamos a largada.
Quando nosso sistema solar nasceu há 4,6 bilhões de anos, apenas 8% dos planetas parecidos com a Terra existiam. Quando nosso Sol apagar completamente daqui a algumas eras, muitas das futuras Terras ainda não terão sido formadas.
Como astrônomos chegaram a essa conclusão? Basicamente, ao olhar para o espaço muito distante. Observar essas galáxias é mais ou menos como olhar para trás no tempo, e com a coleta de informações sobre o início do Universo, podemos reconstruir várias coisas interessantes, incluindo a taxa de formação de estrelas.
Acontece que, por mais que as galáxias estivessem produzindo estrelas rapidamente após o Big Bang, elas só usavam uma pequena fração do hidrogênio e hélio do Universo - os elementos necessários para criar formas mais complexas de matéria. O tanque de combustível cósmico ainda está quase cheio. Isso significa que novas estrelas - e novos planetas rochosos - vão continuar a se formar no futuro. Os pesquisadores estimam que a maioria dos 92% de planetas restantes vão surgir entre 100 bilhões de anos e 1 trilhão de anos de onde estamos. Somos os precursores cósmicos.
Isso não significa que devemos todos ir correndo para um banco criogênico e viajar no tempo até um futuro menos solitário. Graças à missão Kepler, astrônomos estimam que atualmente existe cerca de um bilhão de mundos como o nosso planeta só na nossa galáxia. Se tivermos sorte, um deles pode conter alguns micróbios alienígenas, ou ao menos uma atmosfera que podemos terraformar. Talvez até exista mesmo uma ou duas megaestruturas alienígenas em algum lugar a alguns anos luz de distância de nós.
Diversos cientistas que procuram provar a existência de vida extraterrestre analisaram uma imagem de Marte, divulgada pela Nasa e encontraram uma silhueta que lembra uma espécie de urso polar.
Segundo Scott C. Waring, estudioso de OVNIs e vida extraterrestre, não há dúvida: a silhueta na imagem, que mostra a área da Cratera Gale, na superfície do planeta vermelho, é uma criatura. Para ele, um urso polar.
"Existe uma razão para a Nasa usar fotos em preto e branco: esconder as criaturas e plantas que são coloridas. Este é um ótimo exemplo disso. Esta criatura tem pelos de verdade no corpo. Não é uma estátua, é uma criatura viva", afirmou Waring, que é editor do site "UFO Sightings Daily".
Waring ainda afirmou que irá enviar a imagem para a ONU.
Em setembro, cientistas da agência espacial anunciaram ter encontrado sinais de que Marte tenha água corrente durante o verão, o que aumenta as chances de vida no planeta vermelho.
A Agência Espacial Federal da Rússia, Roscosmos, anunciou planos de levar humanos à lua em 2029. O objetivo seria criar e manter uma estação lunar.
Vladimir Solntsev, chefe da Roscosmos Energia, disse ao The Verge que a agência já está trabalhando na nave espacial para a missão, sendo que a saída para o espaço está planejada para 2021.
Depois do voo inicial, a ideia é levar a nave até à estação espacial internacional, em 2023. Em 2025, a Roscosmos vai enviar uma versão da nave para a Lua, antes de mandar astronautas, em 2029.
Ruínas abandonadas são geralmente associadas a cidades antigas, como Pompeia ou Machu Picchu, mas muitas cidades dos séculos XIX e XX também foram deixadas à podridão depois que desastres naturais, guerras ou depressões econômicas obrigaram seus moradores a deixá-las. Essas cidades-fantasmas se tornaram monumentos misteriosos de épocas passadas, e algumas tiveram até uma segunda vida como atrações turísticas e cenários para filmes. Da zona do famoso desastre nuclear de Chernobyl ao paraíso amaldiçoado na selva de Henry Ford, conheça as histórias por trás das cidades e vilas desocupadas mais famosas do mundo.
1. Pripyat, Ucrânia
À 1:23 da manhã, em 26 de abril de 1986, uma fusão nuclear catastrófica ocorreu dentro do reator nuclear número quatro na usina nuclear Soviética de Chernobyl. A explosão que se seguiu lançou chamas e material radioativo nos céus em Pripyat, uma cidade vizinha construída para abrigar os cientistas e trabalhadores da usina. Levou 36 horas para que os 49 mil moradores fossem evacuados e muitos, posteriormente, sofreram vários problemas de saúde como resultado da precipitação radioativa. Em seguida, autoridades soviéticas vedaram uma área de 30 km em torno de Chernobyl, abandonando Pripyat. Desde então, a cidade definhou por três décadas como uma memória assustadora do desastre. Seus edifícios se deterioraram e foram reduzidos à sua estrutura, enquanto animais selvagens vagueiam pelo que uma vez foram apartamentos agitados, complexos esportivos e um parque de diversão. Na sede do serviço de correio da cidade centenas de cartas de 1986 ainda esperam para ser enviadas. Embora os níveis de radiação em Pripyat tenham caído muito nos últimos anos, permitindo que exploradores urbanos e ex-moradores fizessem visitas breves à cidade, cientistas acreditam que podem ser necessários vários séculos para que a cidade seja novamente segura para se morar.
2. Oradour-sur-Glane, França
Na tarde de 10 de junho de 1944, a vila de Oradour-sur-Glane foi cenário de um dos piores massacres de cidadãos franceses durante a Segunda Guerra Mundial. No que se acredita ter sido um ato de vingança por causa do apoio da cidade à Resistência Francesa, um destacamento da Waffen-SS perseguiu e matou 642 de seus moradores e queimou grande parte de suas casas. Os homens foram levados para celeiros e metralhados, enquanto mulheres e crianças foram presas em uma igreja e mortos com explosivos e granadas. Somente algumas pessoas conseguiram escapar, fingindo-se de mortas e fugindo, depois, para a floresta. Uma nova Orandour-sur-Glane foi construída nas proximidades após o fim da guerra, mas o presidente francês Charles de Gaulle ordenou que as ruínas queimadas da cidade antiga fossem deixadas intocadas como um monumento às vítimas. As fachadas de dezenas de prédios de tijolo e vitrines de lojas carbonizadas continuam lá, assim como cemitérios de carros e bicicletas enferrujados, máquinas de costura espelhadas e trilhos de bondes não utilizados. O local também abriga um museu, que possui uma coleção de relíquias e mementos recuperados nos escombros.
3. Ilha Hashima, Japão
Hoje, a Ilha Hashima é um labirinto vazio de concreto em ruínas, quebra-mares e edifícios abandonados, mas já foi um dos lugares mais densamente povoados do planeta. A pequena ilha no litoral de Nagasaki foi fundada em 1887 como uma colônia de exploração de carvão. Posteriormente, foi comprada pela Mitsubishi, que construiu os primeiros edifícios de múltiplos andares e concreto armado do mundo, para alojar sua população crescente. Hashima continuou sendo um formigueiro de pessoas e atividades nas décadas seguintes, especialmente durante a Segunda Guerra Mundial, quando os japoneses obrigaram milhares de prisioneiros de guerra coreanos e chineses a trabalhar em suas minas. Nos anos 50, a rocha de 6 hectares estava transbordando, com 5.200 habitantes. A maioria dos trabalhadores considerava as condições superlotadas inabitáveis, e a cidade foi imediatamente abandonada depois que a mina fechou em 1974. Quarenta anos de negligência transformaram Hashima em uma ruína dilapidada de escadas destruídas e apartamentos abandonados. Muitos dos seus arranha-céus ainda estão repletos de televisores antigos e outras relíquias da metade do século XX, e suas outrora fervilhantes piscinas, cabeleireiros e salas de aula estão em frangalhos. A ilha foi oficialmente aberta para turistas em 2009 e serviu de inspiração para o esconderijo do vilão de James Bond em “007 – Operação Skyfall”, de 2012.
4. Varosha, Chipre
No início dos anos 70, as praias imaculadas de Varosha, no Chipre, foram um dos playgrounds mais populares de milionários no Mediterrâneo. A cidade ostentava uma economia de turismo próspera, e celebridades como Elizabeth Taylor e Brigitte Bardot eram conhecidas por deitar em suas areias e tomar sol em seus hotéis cinco estrelas localizados de frente para o mar. Tudo isso mudou em agosto de 1974, quando a Turquia invadiu o Chipre e ocupou a região norte da ilha em resposta ao golpe de estado nacionalista na Grécia. Os 15 mil habitantes de Varosha abandonaram a cidade apavorados, deixando seus bens e suas vidas para trás. A maioria acreditou que voltaria para casa assim que o conflito terminasse, mas disputas políticas contínuas fizeram com que Varosha definhasse por trás de uma barreira fortemente protegida. Os poucos exploradores corajosos que se aventuraram nessa terra de ninguém descrevem o resort como uma cidade fantasma em ruínas. Árvores cresceram pelos chãos dos restaurantes e das casas, e a maior parte dos pertences dos antigos moradores foi saqueada ou destruída. O que ficou foi uma fantasmagórica cápsula do tempo dos anos 70, incluindo calças boca-de-sino nas vitrines das lojas e veículos de 40 anos de idade ainda estacionados nas concessionárias. Recentemente, cipriotas gregos e turcos têm discutido a possibilidade de reabrir o ex-paraíso da alta sociedade, mas especialistas acreditam que seriam necessários, no mínimo, 12 bilhões de dólares para tornar seus decrépitos edifícios habitáveis novamente.
5. Bodie, Califórnia
A cidade de Bodie, na Califórnia, foi fundada oficialmente em 1876, depois que mineiros encontraram ricas jazidas de ouro e prata nas suas encostas. Garimpeiros enlouquecidos pelo ouro correram para o assentamento em uma média de 24 pessoas por dia no final dos anos 1870, e sua população chegou a 10 mil habitantes. Graças a relatos exagerados de tiroteios movidos a uísque, o local ganhou rapidamente a reputação de “terra do pecado”, repleta de homens durões, prostitutas e casas de ópio. Como a maioria das cidades que tiveram um boom repentino, Bodie acabou falindo. Em 1880, ela havia crescido para além de sua estrutura precária, e uma sucessão de invernos rigorosos e mortais convenceu muitos de seus garimpeiros a se deslocarem para locais mais rentáveis. A população foi minguando até 1940, quando os últimos habitantes finalmente foram embora. Desde então, Bodie se tornou conhecida como uma das cidades-fantasmas mais bem conservadas dos EUA. Os seus 200 edifícios em ruínas foram colocados em estado de “deterioração controlada” por guardas florestais, e turistas se dirigem ao local para explorar suas igrejas metodistas, bares e correios da década de 1880, além das ruínas de um cofre de banco queimado.
6. Fordlândia, Brasil
Em 1927, Henry Ford começou a construir a “Fordlândia”, uma enorme plantação de borracha na selva, ao longo do rio Tapajós. O magnata da indústria automobilística precisava de uma cidade como fonte permanente de borracha para os pneus e mangueiras dos seus carros, mas ele também viu a aventura como uma oportunidade de levar valores americanos à Amazônia. Tendo já deixado sua marca em cidades como Dearborn, em Michigan, ele projetou uma cidade empresarial completa, com piscinas e um campo de golfe, bangalôs em estilo suburbano americano e uma praça de sessões semanais de dança. Infelizmente, para Ford, seu experimento foi amaldiçoado quase desde o início: as árvores de borracha da Fordlândia foram infectadas por fungos e seus operários não se conformavam com as normas estritas da cidade, que incluíam a proibição do álcool. Confrontos entre trabalhadores brasileiros e administradores americanos logo se tornaram uma ocorrência comum. Em um motim causado pelas regras da cantina, os trabalhadores da Fordlância destruíram grande parte do refeitório com machados e jogaram os caminhões da cidade dentro do rio. Henry Ford investiu 20 milhões de dólares no seu pretenso paraíso dos trabalhadores, mas a cidade fracassou em produzir látex para os seus automóveis. Sem nunca ter visitado o local pessoalmente, Ford acabou vendendo-o para o governo brasileiro em 1945 por uma pequena quantia. A natureza selvagem tomou conta de grande parte do território da Fordlândia desde então, mas muitos dos seus edifícios ainda estão de pé, e a cidade se tornou um pequeno destino turístico para mochileiros e curiosos.
Você sabia? Em 1962, um grande incêndio irrompeu em uma mina de carvão subterrânea, próximo à cidade de Centralia, na Pensilvânia. Quando as autoridades se mostraram incapazes de apagar o incêndio, quase todos os 1.100 residentes da cidade abandonaram suas casas. Centralia continua praticamente inabitada até hoje, e especialistas acreditam que o incêndio de carvão pode continuar por mais 250 anos.