quarta-feira, 23 de maio de 2018

O naufrágio mais rico de todos os tempos foi achado e vale US$ 17 bi

O naufrágio mais rico de todos os tempos foi achado e vale US$ 17 bi

Confirmado oficialmente só agora, “Santo Graal” dos naufrágios afundou há 310 anos com uma carga de ouro, prata e esmeraldas

Hoje as 03:18 PM

Nem tão bem preservado, mas muito mais rico
Nem tão bem preservado, mas muito mais rico Foto:iStock
Por extenso: dezessete bilhões de dólares. Equivalente ao PIB, o total produzido pela economia, de um país como Moçambique. O valor estimado é 34 vezes maior que o segundo mais rico naufrágio já tirado do mar, o Nuestra Señora de Las Mercedes, encontrado em 2007, que rendeu US$ 500 milhões em artefatos recuperados.
O galeão San José foi ao fundo após ser abatido por uma esquadra britânica na Ação de Wager, em 8 de junho de 1708. Era a Guerra de Sucessão Espanhola, na qual uma disputa após a morte do rei Carlos II, sem filhos, levou a uma guerra internacional entre as facções Bourbon e Habsburgo, apoiadas por duas coalizões. A Inglaterra, com o Sacro Império Romano-Germânico, a República Holandesa e Portugal, estava a favor dos Habsburgo. A França era o principal aliado dos Bourbon, a quem pertencia o navio. 
De 600 tripulantes do San José, 11 sobreviveram. O resto foi a fundo com uma gigantesca carga de ouro, esmeraldas e prata tiradas das colônias espanholas. 
O San José sendo afundado no quadro Ação em Cartagena, 28 de maio de 1708 Samuel Scott
O naufrágio foi detectado no final de 2015 na Península de Baru, Colômbia. Só agora saiu a confirmação oficial. O arqueólogo em questão foi o submarino Remus 6000 — o mesmo usado para encontrar, em 2011, a carcaça do Airbus A330 do voo 447 Air France, que caíra dois anos antes perto do arquipélago de São Pedro e São Paulo, em Pernambuco. 
A expedição foi obra da Instituição Oceanográfica Woods Hole, dos EUA, com a autorização das autoridades locais. “Mantivemos o segredo em respeito ao governo colombiano”, afirmou o vice-presidente da WHOI, Rob Munier, à Associated Press. 
Canhões do San José WHOI
Ainda resta saber quem é o dono dessa bolada toda. A ONU já pediu para o governo da Colômbia não explorar o naufrágio comercialmente. A Espanha está também interessada, já que era sua propriedade então. Segundo reportagem da Bloomberg, o mesmo pode ser clamado pela França, na batalha com a Espanha, ou o outro lado, Holanda e Inglaterra, que receberiam o butim do vencedor.
Por hora, por razões óbvias, a localização exata e profundidade exatas do naufrágio continuam a ser segredo de Estado. 

sábado, 17 de fevereiro de 2018

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Depois de cerca de 150 anos da construção, o Palais Royal foi inaugurado em 1934

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Quanto custou ir à Lua? E quanto custaria voltar?


O astronauta Buzz Aldrin saúda a bandeira dos EUA na superfície lunar, em 20 de julho de 1969© AFP O astronauta Buzz Aldrin saúda a bandeira dos EUA na superfície lunar, em 20 de julho de 1969
“Se pudermos chegar à Lua antes que os russos, então devemos chegar.” Foi com o orgulho ferido que o então presidente dos EUA, John F. Kennedy, pronunciou essa frase em 21 de abril de 1961: apenas nove dias antes, a URSS havia lançado pela primeira vez um ser humano ao espaço, Yuri Gagarin. A disputa pela supremacia durante a Guerra Fria foi o melhor incentivo para Washington, até que aquele sonho se realizou em 20 de julho de 1969, quando Neil Armstrong se tornou o primeiro homem a pisar na Lua. Depois disso, e até dezembro de 1972, outros 11 astronautas norte-americanos caminharam sobre a superfície lunar.
Por trás desse sucesso havia um enorme investimento de recursos e um sem-fim de fracassos e incertezas. O feito fez o orgulho patriótico disparar e se misturou com a ideia do excepcionalismo norte-americano. Foi usado para defender o modelo capitalista frente ao comunismo, como inspiração para os desafios políticos, e propiciou avanços científicos. Mas também causou desilusões e até mesmo certa apatia dos cidadãos, em plena ebulição social nos EUA dos anos sessenta e setenta.
“Só o canal do Panamá se assemelha em tamanho ao programa Apollo como o maior esforço tecnológico não militar já realizado pelos EUA”
No 45º aniversário daquela última missão lunar, o presidente Donald Trump reavivou em dezembro o sonho do programa Apollo. Anunciou o objetivo de enviar novamente astronautas ao satélite natural da Terra, e depois a Marte. Apresentou poucos detalhes sobre financiamento e prazos, limitando-se a defender a cooperação com o crescente setor aeroespacial privado. Apesar disso, o orçamento da NASA para 2019, anunciado na segunda-feira, inclui um modesto aumento de recursos para a agência espacial, insuficientes para encarar uma nova missão lunar. A previsão orçamentária dos próximos anos tampouco inclui uma dotação extraordinária que torne factível voltar à Lua.
Entre 1959 e 1973, a NASA destinou 23,6 bilhões de dólares para a exploração da Lua, sem incluir o gasto com infraestrutura. Essa cifra, segundo o valor do dólar de 1973 e levando em conta a inflação, equivale a 131,75 bilhões de dólares atuais (425,2 bilhões de reais, pouco mais de 7% do PIB brasileiro). A maioria desses vultosos recursos foi destinada ao programa Apollo. “Só o canal do Panamá se assemelha em tamanho ao programa Apollo como o maior esforço tecnológico não militar já realizado pelos EUA”, escreve a NASA em uma análise histórica.
A ambição espacial levou o orçamento da agência a disparar desde 1960. Em 1965 alcançou seu recorde: 5,2 bilhões de dólares, ou 5,3% do gasto do Governo norte-americano, hoje equivalentes a 40,92 bilhões (132 bilhões de reais).
Inicialmente, Kennedy era reticente a esse aumento orçamentário e apostava numa corrida espacial mais gradual. Destacados especialistas, incluído Keith Glennan, administrador da NASA entre 1958 e 1961, acreditam que o presidente mudou de opinião depois da missão de Gagarin e da fracassada invasão de Cuba em 1961.

Só 0,45%

Os orçamentos recentes da agência são pífios em comparação aos daquela época. Para 2019, a Casa Branca propôs ao Congresso uma dotação de 19,9 bilhões de dólares, 400 milhões a mais do que neste ano, ou 0,45% do orçamento total do Governo. Desde seu pico nos anos sessenta, a agência espacial sofreu uma contínua perda de recursos, com altas pontuais. A NASA estimou em 2005 que o custo de uma nova missão lunar rondaria os 104 bilhões (335,5 bilhões de reais, pelo câmbio atual).
A falta de vontade política, os cortes e problemas técnicos impediram o retorno. Em 2004, o presidente George W. Bush defendeu missões tripuladas entre 2015 e 2020. Mas em 2010 seu sucessor, Barack Obama, cancelou esse programa e ordenou que todos os esforços fossem voltados a mandar um homem a Marte, algo que esperava que ocorresse antes de 2030. Trump voltou a alterar as prioridades.
Os detratores das novas missões citam seu custo como principal argumento. Outros opinam o contrário. “Explorar o espaço é um ótimo investimento”, escrevia Wallace Fowler, professor da Universidade do Texas, em 2014. Esse engenheiro calcula que cada dólar investido no programa espacial gera um impacto de 8 a 10 dólares. E a corrida lunar contribuiu para avanços em informática, medicina, desenho de materiais e análise climatológica.
Quando se chegou à Lua, entretanto, a percepção não foi tão positiva. Em seu livro No Requiem for the Space Age, o historiador Matthew D. Tribbe contraria a forma idealizada pela qual esse feito é lembrado atualmente. Em 1970, um ano depois da missão de Armstrong, a maioria de norte-americanos não recordava o nome dele, e o país vivia um aumento do neorromantismo crítico com o papel da ciência e da tecnologia, num período marcado pela tensão racial, o pacifismo e a contracultura. “A NASA pode ter sido inofensiva, mas teve a má sorte de se promover como o próximo passo lógico no progresso, num momento em que o próprio significado de ‘progresso’ estava imerso em polêmica”, escreve.    

Eclipse desta quinta-feira

Nesta quinta-feira, 15 de fevereiro, Chile, Argentina, Uruguai, parte do Brasil e da Antártida testemunharão um eclipse solar parcial, que durará quase quatro horas.
Os observadores poderão ver até 60% do Sol bloqueado pela sombra da Lua. Quanto mais o sul se estiver, maior quantidade de Sol se poderá ver bloqueada. Por exemplo, enquanto em Buenos Aires só se poderá ver 17% ofuscados, na parte mais ao sul do país a porcentagem aumentará para 40%.
O fenômeno terá início às 18.55 UTC (16h55, no horário de Brasília), atingirá seu ponto máximo às 20.50 UTC (18h50 de Brasília) e terminará às 22.47 UTC (20h47 de Brasília).