Cientistas australianos planejam uso de laser para
limpar lixo espacial
5/11/2014 11:28
Por Redação, com BBC - de Sidney
Cientistas temem que que lixo espacial atinja satélites, criando reação
em cadeia que pode afetar redes de telecomunicação
Neste exato momento, centenas de
milhares de detritos estão orbitanto em alta velocidade ao redor da Terra,
correndo o risco de colidir com satélites e causar incidentes que podem afetar
de maneira crítica redes de telecomunicação que usamos em nosso cotidiano.
Agora, uma empresa australiana está
tentanto desenvolver uma técnica que utiliza raios laser para monitorar este lixo espacial
potencialmente perigoso que orbita a 38 mil quilômetros acima de nossas
cabeças.
Mas, além disso, eles pretendem
utilizar raios laser para tentar desviar e
destruir esses detritos, em uma estratégia digna de filmes de ficção
científica.
A tecnologia para se conseguir chegar
a esse ponto, no entanto, ainda está em seus primeiros passos e deve levar
algumas décadas até que possa ser colocada em prática.
Lixo espacial
Segundo o diretor-executivo da
Electro Optic Systems (EOS), Ben Greene, uma das grandes preocupações das
agências espaciais é que um destes detritos de lixo espacial, como um simples
parafuso, possa atingir um satélite, lançando destroços que atingiriam outros
satélites, em uma reação em cadeia.
Cada um desses satélites custa entre
US$ 2,5 milhões e US$ 2,5 bilhões e pode levar até um ano para ser lançado, o
que faz com que os prejuízos causados por danos nestes aparelhos sejam enormes.
Além disso, de acordo com Greene,
existem cerca de 20 mil objetos em órbita com tamanho maior que bolas de
futebol, além de centenas de milhares que têm aproximadamente o tamanho de uma
noz.
É apenas questão de tempo, 20 anos de
acordo com estimativas, até que esses objetos se acumulem e formem grandes
pilhas de lixo espacial ao redor da Terra, o que torna medidas contra esses
destroços urgentes.
- Uma vez que isto comece a
acontecer, é quase impossível parar. É 100% certo de que isso vai acontecer, a
única coisa que não temos certeza é quando isso vai ocorrer – diz Greene.
- Estamos falando de cerca de US$ 870
bilhões (em prejuízos) que podem ser perdidos em poucas semanas – diz.
Plano agressivo
Existem cerca de 20 mil objetos em órbita com tamanho maior que bolas de
futebol, além de centenas de milhares do tamanho de uma noz
A EOS pretende começar a utilizar
raios laser lançados a partir da Terra para monitorar
esses objetos, mas esta estratégia tem o objetivo de apenas “ganhar tempo”,
disse Greene.
O estágio mais “Guerra nas Estrelas”
do programa deve começar em seguida, assim que os especialistas consiguerem
desenvolver raios laser capazes de desviar estes objetos para a atmosfera, onde
eles se desintegrariam de maneira segura.
Mas, antes disso, os pesquisadores
têm o desafio de conseguir colocar em prática os experimentos desenvolvidos em
seus laboratórios.
- Mesmo uma pequena quantidade de luz
exerce pressão sobre a superfície sobre a qual incide – diz Greene. “Objetos de
entre 5 e 10 centímetros são propícios de serem movimentados utilizando luz, e
eles representam 90% da ameaça aos satélites”.
A EOS fechou um contrato com a
companhia aeoroespacial norte-americana Lockheed Martin para a construção de
uma estação de monitoramento de detritos no oeste da Austrália, mas devem se
passar alguns anos até que a empresa consiga mover objetos em larga escala por
meio de raios laser.
De acordo com Greene, a companhia
deve começar a ser capaz de mover objetos com laser em 10 ou 20 anos, mas outro
grande desafio será a industrialização desta tecnologia, com a construção de
estações capazes de utilizar a técnica em várias partes do mundo.
Greene classifica seus planos como
“os mais agressivos do mundo” para lidar com o problema do lixo espacial.
- Quando estivermos operando de
maneira total, poderemos salvar de quatro a cinco satélites por ano – diz.