16 de junho, 2003 - Publicado às 20h27 GMT | |
Palestinos e israelenses travam guerra silenciosa por água | |
Água tirada do Mar da Galiléia só vai para israelenses | |
A água é um dos itens mais importante do conflito no Oriente Médio, mas é também um dos menos abordados. Segundo a legislação internacional, Israel tem o compromisso de fornecer incondicionalmente água potável para os palestinos. Mas os próprios israelenses vivem em um terreno árido e estão cercados por um deserto. No país só chove alguns meses ao ano. "Temos uma escassez crônica de água que está piorando a cada ano. Devido ao fato de vivermos uma seca a cada ano, temos de cortar nossos suprimentos de água anualmente", diz Jacob Kaidar, responsável pelo setor hídrico do Ministério das Relações Exteriores de Israel. Conflitos A água que Israel recebe vem basicamente do rio Jordão, do Mar da Galiléia, e de duas fontes subterrâneas. O suprimento de água é dividido entre israelenses e palestinos, mas, como todos os temas cruciais na região, é foco de grande controvérsia. Durante a 3ª Conferência Mundial sobre Água, realizada em março deste ano em Kyoto, o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev descreveu a história do conflito pela água em todo o mundo. Gorbachev disse que já houve 21 conflitos armados envolvendo água na história mundial recente. O líder destacou ainda que 18 destes embates ocorreram em Israel. "A distribuição é altamente injusta", diz Yehezkel Lein, um expert em água do grupo de direitos humanos B'tselem, que ajuda a resolver problemas ligados à água no território palestino.
"Em relação ao primeiro, Israel explora cerca de 80% dos recursos naturais de água e os palestinos, os 20% restantes. Quanto ao rio Jordão, os palestinos não possuem qualquer acesso", afirma Lein. Segundo Lein, o conflito no Oriente Médio exacerbou o problema. "Há uma clara ligação entre a ocupação e a escassez de oferta de água. Israel tirou proveito de sua ocupação da Cisjordânia para se apropriar de mais fontes de água e impedir os palestinos de explorar novas fontes", afirmou. Israel controla os suprimentos de água na Cisjordânia e na Faixa de Gaza desde o início da ocupação, em 1967. O Acordo de Paz de Oslo de 1993 estipulou que os palestinos deveriam ter mais controle sobre a água da região e mais acesso a recursos hídricos. Muitas regiões palestinas não possuem até hoje qualquer espécie de infra-estrutura hídrica. Uma dessas áreas é Beit Furik, um pequena cidade na Cisjordânia, próxima a Nablus. "Temos 12 tanques para coletar água em Nablus, mas desde o início da intifada as autoridades israelenses colocaram postos de controle na estrada que proíbem os tanques de chegar a Nablus. Por vezes, eles têm de esperar entre cinco e seis horas. Às vezes, eles permanecem retidos um dia inteiro", diz o prefeito de Beit Furik, Atef Atif Hanani. De acordo com o prefeito, muitas vezes os tanques têm a passagem liberadas, mas soldados israelenses abrem os compartimentos de água do veículo, esvaziando-os. Jacob Kaidar, o responsável pelo setor hídrico do governo de Israel, diz que reter tanques de água é algo "totalmente inaceitável". "Israel está comprometida a fornecer água potável aos palestinos e não pode negá-la", afirma Kaidar. "É da natureza do conflito pessoas tentarem contrabandear materiais e infiltrar homens-bomba. Mas precisamos ter muito cuidado para não perdermos de vista a importância de entregar materiais essenciais à população", acrescenta o representante israelense. Segundo Fuez Hanani, uma habitante de Beit Furik, só é possível tomar banho uma vez a cada duas semanas, devido à escassez de água. Banhos raros "Sinto raiva que os colonos judeus de Itmar bebam água limpa enquanto minha família beba água de um poço que tem água suja ou poluída", conta Fuez Hanani. Jacok Kaidar defende que a colaboração entre israelenses e palestinos deve ser aprimorada, mas afirma que os palestinos vêm roubando água de adutoras de Israel. "Na Cisjordânia há cerca de 250 fontes ilegais e na Faixa de Gaza são aproximadamente 2 mil", afirma. Segundo a organização assistencial Oxfam, um problema adicional é que a já escassa infra-estrutura palestina é vítima de ataques israelenses. "Estamos ajudando famílias pobres a construírem novos tanques d'água nos telhados de sua casa. Mas, infelizmente, esses acabam sendo um alvo fácil para os israelenses", diz Ton Berg, da Oxfam. "Acabamos de concluir a construção de um grande tanque d'água que atenderia a toda a vila de El Boursh. Mas as forças israelenses anunciaram que irão destrui-lo, porque dizem precisar de terra oficialmente palestina para construir uma parede", conta Berg. |
Quando estiver trabalhando ou estudando, as condições do escritório podem ter um efeito crucial sobre seu desempenho. Enquanto a ordem proporciona uma sensação de profissionalismo e seriedade, a desordem desperta a impressão oposta. No entanto, ambientes desorganizados contribuem para a criatividade. Mas como?
Um estudo conduzido por Kathlee Vohs, Joseph Redden e Ryan Rakhine, da Universidade de Minnesota, demonstrou que a bagunça no local de trabalho não é uma coisa negativa, pelo contrário: ajuda a desenvolver a criatividade. Sob a hipótese de que os ambientes organizados fomentam convenções sociais conservadoras, e de que os espaços desordenados incentivam as pessoas a buscar caminhos não convencionais, os pesquisadores realizaram três experimentos. O ponto de partida foi a ideia de que “ordem e desordem são estados que ativam diferentes partes do cérebro, e podem beneficiar uma pessoa com resultados diferentes”.
O primeiro experimento dividiu aleatoriamente 34 estudantes holandeses em uma sala arrumada e outra bagunçada. Os espaços eram idênticos e contíguos, com a mesma iluminação. O experimento envolveu três fases distintas: na primeira, os estudantes tiveram que responder a um questionário durante dez minutos; em seguida, deveriam escolher entre uma maçã ou uma barra de chocolate; finalmente, os pesquisadores lhes perguntaram se queriam fazer uma doação em dinheiro a uma organização que entrega brinquedos e livros para crianças.
Os resultados do primeiro experimento mostraram que os participantes da sala arrumada se mostraram duas vezes mais dispostos que os da sala bagunçada a escolher a maçã e a doar mais dinheiro. A partir disso, os pesquisadores concluíram que os espaços ordenados inspiram disciplina, escolhas saudáveis e uma atitude ética. Ou seja, confirmaram a hipótese de que os espaços organizados estimulam comportamentos bem vistos pela sociedade.
No segundo experimento, 48 estudantes norte-americanos foram divididos em duas salas. Ambos os grupos deveriam pensar e listar ao menos dez novos usos para bolas de pingue-pongue. Depois de processar os resultados, os pesquisadores descobriram que os estudantes que estavam na sala bagunçada conseguiram imaginar usos mais criativos do que os propostos pelos participantes da sala arrumada.
Segundo os pesquisadores, ambientes organizados representam virtudes rígidas e condutas morais, enquanto espaços bagunçados incentivam as pessoas a romper com essas convenções, algo fundamental para a criatividade. Ou seja, estar em um espaço desorganizado teria um efeito estimulante sobre a criatividade. ”Ser criativo implica romper com a tradição, a ordem e as convenções, e um espaço desorganizado parece ajudar as pessoas a fazerem isso”, explicam.
Finalmente, o terceiro experimento analisou os efeitos da organização do espaço sobre a preferência entre o tradicional e o novo. Para isso, 188 adultos norte-americanos deveriam escolher novos itens para a sua dieta, entre produtos cujos rótulos diziam “clássico” e “novo”.
Os adultos que estavam na sala organizada tendiam a escolher os alimentos com o rótulo “clássico”, enquanto os da outra sala preferiam os produtos com o rótulo “novo”. Ou seja, o terceiro experimento demonstrou que os ambientes ordenados estimulam a preferência pelo tradicional, não pela novidade.
Todos os experimentos confirmaram a hipótese inicial, sugerindo que “os efeitos de ordem física são amplos e têm muitas nuances. Ambientes desorganizados parecem inspirar as pessoas a se livrar da tradição, produzindo novas ideias. Já os espaços organizados reforçam as convenções e a sensação de segurança”
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